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Essa é antiga... "Nada de mim, Nada pra mim..."

Posted by Eve Rojas on 7:58 AM
A solidão dos dias se reflete na minha apatia. O estancamento dos prazeres, a pulsão incontrolável dos desejos. Já não sei o que de mim resta. Se é que sou mim, se é que sou eu. Se outrora gastei minhas horas em devaneios e alusões sobre a teoria da vida, hoje as perco no vácuo do abismo da realidade de não saber quem sou. O errado e o certo não dizem a mim mais nada. A verdade dos meus pais vagueia no passado de mim que é parte deles, tão somente. Meu presente não tem verdade, ou mentira; mas o plural das duas, várias faces que se interpelam em uma. E o amor? Ah! Este quero por na ilusão inatingível, nos momentos de loucura tão caros. Primeiro, deixei que este me inventasse e sem saber o destruí, depois o inventei e destruí a mim, agora sou a invenção do que um dia inventei, desastre ou redenção, não sei se quero descobrir. O amor é o triunfo da imaginação sobre a inteligência. É assim que eu te amo, sem entender nada, mas imaginando tudo. Minto, repito o clichê das sete. Agora entendo a loucura, o cenário, o acaso, a solidão; e mais, as marcas de um tempo que anunciaram o futuro, que hoje é outrora; um tempo jaz vivido ao teu lado. Aonde ir? Os trilhos foram suspensos, não há mais trens e o amanhã está longe demais para quem é prisioneiro do sereno. O que ser? Se no palco de Brecht sou expectador. Do meu personagem não sei o eu, atuo como repetição, como o eco da mediocridade escondida entre o silêncio da farsa e a farsa dos aplausos. Não fizemos juras, assumimos desejos, desperdiçamos planos, não sonhamos. Fomos embora, com feridas, com despedidas, com a verdade desbotada pela chuva. E se lembrar dos beijos de outrora, do cheiro, do toque, da pele; e se voltar o desejo, lembre-se do erro do tempo, do tempo trocado de nós que não nos permitiu saber amar. Foi uma bela história inventada. O engano das promessas feitas aos pecadores e não aos santos. Mentiras. Perdi a rota, fui parar nos charcos, afoguei o medo. Sedenta, busquei por lealdade no vão da infidelidade. Teu olhar foi embora sem nunca ter visto os meus olhos. Não olhastes para trás, nem devias. Eu nunca quis portas abertas, não quero ser porto ou cais, eu quero é ver, quero ser, o mar. Dizem que onde há sofrimento há terreno sagrado. Sagrado eu não sei, escuro talvez. As sombras indicam a possível existência de luz. Luz que auxilia no germinar da semente. O terreno é fértil, toda planta brota, toda árvore é sacudida e as flores perfumam até as mãos que as esmagam. Da minha alma tivesse o sangue. O espinho que me feriu advém da flor que plantei. Cada lágrima ensina uma verdade. Uma verdade que não tem hora. Um agora, um nunca, que não traz respostas, só duvidas. Não importa o que o passado fez de mim. Importa é o que farei com o que o passado fez de mim. E eu quero viver, e não apenas existir. Eu quero errar, quero acertar, quero encarar o absurdo, quero desconstruir a perfeição. Quero me dar à vida que me deu. Dei-me a ti, te amei. Porque amar é compartilhar, é saber dar-se, é entregar-se mutuamente. Amei teus defeitos, perdoei os mais diversos erros, porque amar também é exceder-se. Minha perdição foi dizer-te um dia do meu amor por ti, pois o “eu te amo”, carrega em si a eternidade. Renasço em mim e morro no despudor da vaidade.

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