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Crise existencial de um astro

Posted by Eve Rojas on 1:39 PM
Vem cá, que achas? Podemos ser duas galáxias. Podemos colidir de acordo com as forças de maré, podemos interagir. Tomando cuidado claro, para não realizar canibalismo galáctico. Não quero estrutura de ninguém destruída. Todavia, acredito que este é um perigo inexiste posto que somos pares complementares, não rivais. Ah, mas eu não quero ser qualquer galáxia, quero ser Quasar! Um modelo de galáxia melhorado. Extremamente compacto e luminoso, emitindo mais do que centenas de galáxias juntas. De bônus ainda tem um buraco negro no centro. E eu ainda vou acoplar pelo menos uma das qualidades de um blazar - objeto exótico do universoque não tem nada de blasè. De preferência aquela qualidade, sabe? A extraordinária variabilidade em curtos períodos de tempo. Variabilidade, flexibilidade, resposta rápida as mudanças; quase um astro pós-fordista! Ai, é bom ter cuidado porque eu não quero ser terza, segunda, ou prima.

E haja teoria da relatividade. Viagens no tempo, paradoxos, densidades críticas. Big! Bang! Se os cientistas atestam, que o universo não existiu por todo sempre e nem existirá por todo sempre; não seríamos nós a provar da eternidade. Ou seríamos? Bom, o que sei é que contra as fórmulas e cálculos em questão eu não tenho a menor chance de apostar na contramão. A realidade é que andam dizendo por aí que toda força forte ou eletrofraca, gera quebra de simetria. Quebra de simetria essa que faz a gravitação agir repulsivamente e faz o universo se expandir. É bom se expandir. Mas meu amor, cuidado para não errar na quantidade de calor latente porque aí é inflação na certa!

Talvez tenhamos protagonizado um fenômeno raro: “Dois cometas ao mesmo tempo no céu”. Os mais brilhantes. Não fomos galáxias, mas não decepcionamos. Passamos. Tudo parte do efêmero, tudo parte da ilusão do não-visível. Ação efêmera, presença,in(consciente), (in)constancia. Vida ínfima, desejo infinito. Perenidade, fragilidade e impotência diante da realidade. Você tem medo de quê? “Beije-me, antes que o substrato de nossas ações se torne figura de retórica”.

Textualidades orais, teoremas, explicações possíveis. Eu não sei usar da exatidão da matemática, da física, frente à complexidade do universo. Eu sou inexata, Eu sou complexa. E meus recursos mal são poéticos. Volto a solidão criativa, ao que me resta. Aos aplausos não seus. Persisto, luto, brava ou imbecilmente, contra o conformismo e tento sobrepor a sobrevivência.

Num dia de cansaço interminável, o despertar de um instante lírico; a renovação do sujeito. Cruzamentos de solidão, falsos alarmes. Findo por fazer de um conto sem ponto, o nosso romance. Seria ele mais uma estrela ou seria o sol a levantar-se? Durante um verão desses, eu ainda vou para um pólo terrestre ver o sol da meia-noite.

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