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Posted by Eve Rojas on 4:56 PM
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Crise existencial de um astro

Posted by Eve Rojas on 1:39 PM
Vem cá, que achas? Podemos ser duas galáxias. Podemos colidir de acordo com as forças de maré, podemos interagir. Tomando cuidado claro, para não realizar canibalismo galáctico. Não quero estrutura de ninguém destruída. Todavia, acredito que este é um perigo inexiste posto que somos pares complementares, não rivais. Ah, mas eu não quero ser qualquer galáxia, quero ser Quasar! Um modelo de galáxia melhorado. Extremamente compacto e luminoso, emitindo mais do que centenas de galáxias juntas. De bônus ainda tem um buraco negro no centro. E eu ainda vou acoplar pelo menos uma das qualidades de um blazar - objeto exótico do universoque não tem nada de blasè. De preferência aquela qualidade, sabe? A extraordinária variabilidade em curtos períodos de tempo. Variabilidade, flexibilidade, resposta rápida as mudanças; quase um astro pós-fordista! Ai, é bom ter cuidado porque eu não quero ser terza, segunda, ou prima.

E haja teoria da relatividade. Viagens no tempo, paradoxos, densidades críticas. Big! Bang! Se os cientistas atestam, que o universo não existiu por todo sempre e nem existirá por todo sempre; não seríamos nós a provar da eternidade. Ou seríamos? Bom, o que sei é que contra as fórmulas e cálculos em questão eu não tenho a menor chance de apostar na contramão. A realidade é que andam dizendo por aí que toda força forte ou eletrofraca, gera quebra de simetria. Quebra de simetria essa que faz a gravitação agir repulsivamente e faz o universo se expandir. É bom se expandir. Mas meu amor, cuidado para não errar na quantidade de calor latente porque aí é inflação na certa!

Talvez tenhamos protagonizado um fenômeno raro: “Dois cometas ao mesmo tempo no céu”. Os mais brilhantes. Não fomos galáxias, mas não decepcionamos. Passamos. Tudo parte do efêmero, tudo parte da ilusão do não-visível. Ação efêmera, presença,in(consciente), (in)constancia. Vida ínfima, desejo infinito. Perenidade, fragilidade e impotência diante da realidade. Você tem medo de quê? “Beije-me, antes que o substrato de nossas ações se torne figura de retórica”.

Textualidades orais, teoremas, explicações possíveis. Eu não sei usar da exatidão da matemática, da física, frente à complexidade do universo. Eu sou inexata, Eu sou complexa. E meus recursos mal são poéticos. Volto a solidão criativa, ao que me resta. Aos aplausos não seus. Persisto, luto, brava ou imbecilmente, contra o conformismo e tento sobrepor a sobrevivência.

Num dia de cansaço interminável, o despertar de um instante lírico; a renovação do sujeito. Cruzamentos de solidão, falsos alarmes. Findo por fazer de um conto sem ponto, o nosso romance. Seria ele mais uma estrela ou seria o sol a levantar-se? Durante um verão desses, eu ainda vou para um pólo terrestre ver o sol da meia-noite.

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Posted by Eve Rojas on 11:20 AM
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Nau Frágil Economicus

Posted by Eve Rojas on 7:18 PM
Acho que eu tenho a síndrome do Inácio, destroem a minha base, tiram a minha viga mestra e eu ainda grito caído: “Ei, pise não que eu estou de pé!” Haja resistência, fraude, ou blefe. Dizem por aí que é tudo uma questão de perspectiva. Sei lá. Em estado de guerra o importante é contemporizar.

As “tendências” enquanto falam da manteiga substituindo a viga, do fluxo cambial robusto, do superávit primário, e da volatilidade da economia, anunciam primeiro: “o consumo do frango supera o consumo do boi”. Perfil de consumo. Alguém entendeu alguma coisa? Nem eu. Só sei que Coca não é Cola e ecstasy está durando pra lá das vinte horas. Eu quero é passar mal! Enquanto Inácio continua repetindo o clichê do meio-dia: “Não há mágica na economia”.

Vem cá, mas se o amor deve ter a mesma lógica da economia, como é que a sabedoria popular vive dizendo que há mágica no amor, ein? Que não entenderam Bauman eu já sabia. Sociólogo nunca teve crédito fora da academia. Mas e o Jurandir? Porque ninguém escuta? Está na hora de mudar de estratégia e perceber a nova configuração a cada nascer do dia. É isso aí terapeuta, vamos eliminar o idílico – ideal abolido, “sem fraude, nem favor”.

Bom, mas como diz A Máquina, por que não sonhar? Eu só não quero alguém para me trazer o mundo, porque o mundo dá muito trabalho! E herói também não, por favor! Não agüento mais essa bobagem repetida ad nauseam.

E não me chame de anti-romântica, o meu coração ainda pulsa enquanto o sexo também pulsa. Embora alma gêmea não seja mais – na realidade nunca achei que fosse – o arquétipo da afetividade como dizia Jung; a sintonia é estreita, a vida do outro é de extrema importância, a cumplicidade, de certa forma, resiste e a atração ainda existe pelo envolvimento emocional.

Acho que o meu modelo de amor é o globalizado da “Existence”. Aprendido, apreendido. O ideal das narrativas românticas novelescas com traços de universalidade e de efemeridade. Quase um big brother onde você é o que menos decide. Ou melhor, onde eu sou quem menos decide. Contudo eu não permito não! Que é isso? Pres’tenção! A protagonista aqui sou eu, e o globo de ouro está na mão! Até parece que nunca ouviram por aí: “Em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. Veja bem, não é imitação, nem mania de autodestruição, é apenas uma busca de mim, para mim, por mim, por nós. Não misture papéis, não sou descartável, eu sou é reciclável.

E nessa onda de economia, Freud vem adicionar até a economia do psiquismo. Era só o que me faltava! Agora eu vou ter que economizar eus! Sei não viu! Estou começando a acreditar que tenho que me profissionalizar, fazer um desses cursos on-line de “como satisfazer o seu cliente”, ou “como ter sucesso nos negócios”. Algo meio passo a passo, auto-ajuda disfarçado, feito por consultores licenciados. Tudo isso para ver seu Catho.

Ai ai. Subjetividades, diferenças. Estou impelida a acreditar que a minha constituição é de cebola, como fala Jurandir. Cheia de camadas, e, como diria Freud, de núcleo vazio. Desalentador. Nem um núcleo, nem um “eu verdadeiro” eu tenho. Desfaço-me das minhas camadas de ignorância e não chego a lugar nenhum. Não sou um “sujeito em si”. Ah, mas a pragmática diz que eu tenho um sentimento de “mim”. Está pensando o quê? Eu tenho meus artefatos. Sou pronome pessoal do caso reto, com nome próprio e predicativo característicos. Né pouca coisa não. O meu eu ainda é performativo. Estou constantemente retecendo a minha rede de crenças e valores. Acabo virando pedaços lingüísticos, mera configuração semântica. Ou seja, ou me encontro, ou me apago.

Encontrei-me. Perdi-me. Me escrevi. Me apaguei. Orgasmo, frigidez. Amor e ternura. Traição, perdão, loucura. Inverno, Adriana. Inverno. Vamos embora eu e você e deixemos a culpa. Sabemos das nossas restrições, precisamos agora conhecer o nosso ilimitado. Estamos investindo no fim ou nos enganando com o reconfigurar do afago? Adriana – apresentada pela mama, me ajude mais uma vez: “eu sou eu, você é você, e nós dois juntos somos dois. É só somar. Eu vou pra cá, você vai pra lá, mais tarde a gente se vê. Você faz o que quiser: Cinema, teatro, boteco, futebol, o controle remoto é todo seu”. Pensando melhor, seu não, meu. Dá pra cá, que eu quero zappiar. Comediar, dramatizar, dormir ao teu lado, te abraçar. Encosta aqui que o cansaço é grande. Chegou a hora de dormir, sonhar, e vê se o amanhecer acalma a tempestade e nos traz um novo horizonte. Até porque não quero ser mais a “amiga semi des-in love” delirante.

No fim das contas, você sabe, isso é apenas o amor. "O ridículo da vida"!

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Posted by Eve Rojas on 7:07 AM
 

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Economia dos Sentimentos

Posted by Eve Rojas on 6:42 AM
“Love is too young to know what conscience is,
Yet who knows not conscience is born of love?”

(William Shakespeare, Soneto 151)


Bem que eu queria saber implementar a moral economy de Bauman. Eu queria ser o sujeito auto-centrado, afeito a mudanças, sempre atento a balança comercial, àquela relação “custo/benefício” que tanto anima os empresários. Bauman ensina: quanto maior o envolvimento, maior os riscos. Exija espaço. Distancie-se dos outros. Corra dos abraços apertados. Isso tudo se você quer ser um sujeito de sucesso e não um outsider do mercado. Porém, nesse mercado amoroso eu não quero ser produto nem consumidor - alienado.

E aí entra o contraponto e o ponto de confronto da exclamação. Se você não constrói uma marca, corre o risco de virar mercadoria barata; e isto significa mais adiante, se tornar uma pessoa descartável. E então? O Que fazer? Alguém quer ser a liquidação de verão do outono passado? Eu que não quero. Portanto, o nosso produto tem, em tempos de produtos da china, que passar confiança, tem q ser o próximo McDonald’s do japão.

Não sei você, mas acho que estou fadada ao fracasso mesmo. Do McDonald’s só como a batatinha e tomo shake - e ainda estou de dieta! -, ou seja, não amo muito tudo isso. E dizem por aí que para o sucesso, o amor é a melhor estratégia. Mas, vem cá, alguém por acaso sabe qual é a melhor estratégia do amor para um discidente de Bauman? Eu lembro apenas da lógica sacra. Aquela que diz que perdoar é um exercício de amor. Todavia não sei se essa lógica é resquício da moral cristã que ainda permeia a minha constituição, mero egoísmo, ou burrice em alto grau. Acho que é parte da sabedoria popular que diz que a vida é um bumerangue. Do jeito que você joga, volta para você. Embora haja no caminho de volta alguns percalços. A gente leva uns tapas, umas rasteiras, que não faziam parte do combinado. Como saída – ou como pena –, Eu transformo a dor de amor em uma metamorfose íntima. A evolução, o caos e a ponte de safena.

Os dias seguem assim. Tudo depende da imaginação e da capacidade de quebrar com a rotina. Romantic love X Market forces. É a mutabilidade, inconstância e efemeridade da beleza, do amor e da vida, junto aos estragos causados pelo tempo. And all in war with Time for love of you, As he takes from you, I engraft you new. And sorrows end.

Quem dera fosse assim tão fácil acabar com o sofrimento. São mudanças inevitáveis. Falta-nos saber como reinventar o “nosso” amor, implementar estratégias discursivas talvez. But one is able to adopt the strategy of a lover only when not in love.

E não sou Shakespeare dedicando sua obra ao Conde Henrie. Não estou a procura de melhorar minhas credenciais sociais. Mas “O amor que dedico à Vossa Senhoria é infinito: dele, este Panfleto sem começo é tão-somente uma pequena e supérflua Porção (...) O que fiz é vosso, o que tenho a fazer é vosso,sendo parte de tudo o que tenho, dedicado a vós”. Thoughts of love. Just thoughts of love.

Eu não sei se é excesso ou falta de self-love, eu não sei usar estratégia e talvez eu descubra que the joke was on me. Não importa. Sei que tínhamos na verdade o nosso pilar mais cobiçado. Tínhamos no olho o entendimento de qualquer ato. Tínhamos na pele o desejo mais ardente, na cumplicidade o valor da eternidade, na alma a certeza da reciprocidade do ser amado. E o nosso sonho não se perdeu. Nem Charrière poderia ser tão farsante. Fairest creatures. Fairest Love.

Contudo compreendo a necessidade de liberdade tanto para mim quanto para ti. Quero poder ir e te deixar ir, quero deixar de parar, de me aliar sempre ao teu olhar. Se um dia voltar é porque nos conquistamos, se partirmos é porque nunca nos possuímos. Assim, simples como um clichê.E agora, é hora de partir. So, pass me by.

Some things in life may change but some things they stay the same. I’ll be fine. Just give me time. Some thing broke down the other day…you know.

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Posted by Eve Rojas on 2:37 PM

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OUTONO CHRONIC

Posted by Eve Rojas on 1:53 PM
Chegou o Outono para o Hemisfério Sul! No Brasil, o flash de notícias anuncia em rede nacional: “Estamos oficialmente no outono”. Se, estão a dizer, quem sou eu para duvidar. Na verdade não estou duvidando não, estou só por parodiar. Outono...Depois do calor, a tão esperada brisa fresca. Depois do plantio árduo, a tão esperada colheita. E armazene viu! O inverno já chega, anunciado por aquela mesma brisa fresca.

Maçãs na mão e folhas ao chão. A gente se dá uma trégua colhendo os frutos e as folhas caem fertilizando a próxima plantação. As folhas do outono e a brisa vão brincando, tornando a queda suave, enganando a morte, transmutando tristeza na alegria do fanfarrão. O problema é que enquanto uns comem e outros desfrutam da brisa, a chuva inunda, destrói, revira tudo; em outro ponto da cidade compondo a realidade do caos. A lógica do caos, sim porque o caos também tem uma lógica e mais, tem um propósito. O objetivo é abalar as estruturas, perverter a moral, resignificar os conceitos, abolir os limites e deixar ser o sujeito.

Tudo isso é culpa do tempo. É do tempo mesmo. Daquele senhor das horas, que tudo guia e tudo resolve, que só existe para a sociedade esquizóide. O cônsul passa a ser consulente. Desce ao status de mera construção social. E haja mutações. Primeiro era sacro, depois virou profano. Era cíclico depois virou linear. Era histórico, e virou Humano. O tempo e suas transformações, atropelos e desencontros. Faz a gente perder o rumo, faz a gente correr atrás do absurdo, evoca o amor e nega o perdão, embora, na contramão, nos dê a dádiva do recomeço.

Eu queria mesmo era poder culpar o tempo. Mas é engraçado como a gente faz escolhas na vida e na maioria das vezes não pára para pensar em como tomamos cada atitude, no que há por trás delas, no porque das coisas. Talvez seja um mau hábito meu que alguns chamariam de mau dos intelectuais que a tudo querem explicar e abarcar. O pior é que sofro mesmo de muitos maus da intelectualidade sim, mas este? Não. Até porque não o considero como mal. Vejo-o como uma busca pelo “Eu”, pela verdade de si mesmo. Uma aventura ingrata, doída, mas necessária; posto que conhecer a si mesmo nos permite ser mais completos, verdadeiros e capazes de amar com plenitude.

Mas nestes tempos de narcisismo, de performance, de imitação; eu me pergunto, e a aura Benjamin e a aura?É só mais um simulacro, responde Baudrillard. É, a invenção do real. O irreal se apresenta mais real do que a própria realidade. Kumar que me ajude! Para o caos, para a saída! Eu quero Shakespeare com seu horror ao moderno! Eu não quero grandes narrativas, eu quero a minha metanarrativa. Quero o universo que era meu, que era nosso, de volta. Quero a minha redoma. Alguém me chame um restaurador! Ou seria um investidor? Ou quem sabe, um psicólogo do amor? Não sei. Eu estou na minha própria confusão super hiper pós-moderna. Tudo tem sido fluido, complexo, inverso, desconexo e contraditoriamente, – ou pós-modernamente – eu só quero uma cama quente para repousar.

Fumo três cigarros, para não dizer teus cigarros. Para te tirar de todos eles, para aprender a relaxar. Para deletar, acender, reviver e recriar tuas lembranças. Revisito Frida Kahlo. Jamais teria a coragem, a ousadia – ou a fraqueza, dela. Aceitar a proposta de Diego Rivera? Estou a quilômetros da história. A lealdade a mim é peça mais cara, mas faço do meu respeito próprio o ponto de partida e o limite. Mesmo assim celebro sempre o amor. E viva Kahlo!

Ok, ok, ok! Opto e optarei sempre por amar para além do que é tão somente belo. Porque busco compreensão, porque lembro do respeito, do compromisso – talvez esquecido – de amor expresso na alma, na pele, no olhar e continuo a dialogar. Estou certa que o perdão é um dos caminhos para a plenitude do amor e da felicidade. Mas não basta apenas saber perdoar. É preciso saber pedir perdão. Arrepender-se requer mais do que tristeza diante do erro e autopenitência. É preciso abandonar, confessar o erro e tentar repara-lo. – E isso ainda é tudo fruto da minha ética cristã! – É preciso querer mudar. É preciso ter coragem para aceitar quem se é, saber o que quer, assumir a responsabilidade, reconhecer a verdade e mudar. Ser honesto e integro, reconhecer os seus sentimentos, escutar seus medos, livrar-se de tudo que faz mal, curar feridas, ser responsável consigo mesmo, perdoar-se.

Cheers Darlin! Algumas frases são ditas ao acaso, outros por agradado, outras por revolta, outras para o mais idiota. Circulam, transmutam, desaparecem. Na verdade eu queria mesmo era ficar a noite inteira, contando casos, besteiras, rotinas e aspirinas. Colecionar tuas bobagens, teus sorrisos, deixar escapar segredos, trocar frases de sono, frases insones, te dar o meu ombro, respirar segurando a tua mão. Já sei, já sei. Eu estou misturando. Cazuza que me permita, eu só “preciso dizer que te amo, te ganhar ou perder, sem engano. É que eu preciso dizer que te amo, tanto”.

Eu não tenho medo de dizer, eu não tenho medo de sentir. Se o vilão é o tempo, ele que consiga nos afastar sem “Se”s.

Bom, pelo menos chegou mais uma estação.

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Posted by Eve Rojas on 5:08 PM
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Só porque eu sou peculiar

Posted by Eve Rojas on 5:02 PM
A terapia cognitiva vai afirmar que cada indivíduo "percebe" e "interpreta" a vida de um jeito único e idiossincrático – aliás “idiossincrático” é uma palavra bonita. Tenho uma amiga q adora usa-la e outra q tem dificuldades para entende-la, mas sigamos –. Pois bem, o indivíduo passaria então por um processo de aquisição de “lentes” que permitem a ele vislumbrar o mundo. Tais lentes têm seu grau diferenciado, possibilitando uma visão construída a partir das crenças, juízos de valor, que é adquirida através de experiências dadas ao longo da vida.
Lentes... O problema é que minhas lentes naturais vieram com defeito, me deixaram meio míope, e para piorar, como o fabricante não me deu direito à troca, tenho que me contentar com uma visão temporariamente limitada por óculos que a tornam quadrada! O q me faz por vezes perder o foco e a minha cena real acaba sendo mais relativa do que um filme de David Lynch. O que não quer dizer que eu não goste do relativo, pelo contrário. O único problema é que vez ou outra, pego o ônibus errado ou perco a parada. Mas se certo ou errado, moral ou imoral; são meras construções sociais cujo entendimento só pode ser alcançado por meio de uma relatividade, resta-me escolher entre o veneno ou o antídoto – ou entre, como diria Zé Orlando, “o pior e o menos ruim”.
Pois é, eu e a minha falta de absurdo. Ultimamente tenho pensado que talvez eu deva apelar para as mais diversificadas ferramentas de ajuste cognitivo como os ‘registros de pensamentos disfuncionais’ (J. Beck, 1997), as técnicas de ‘reestruturação cognitiva’ (Beck & Freeman, 1993), o processo de ‘identificação das crenças irracionais’ (Ellis, 1988) ou toda e qualquer uma das técnicas que prometem a correção ou substituição dos padrões disfuncionais por padrões mais funcionais do pensamento. Acho q estou entrando em um processo neurótico, psicótico, patológico, sei lá. Minha terapeuta que me segure antes de eu saltar!
Na verdade já pulei. Sempre pulo, só pra sacanear com quem diz que não vale a pena o risco, e é melhor deixar pra lá. Acomodação não é para mim. Não quero copo meio cheio, nem meio vazio. Quero ele transbordando. Meu ideal é exagerar. Mas como se trata apenas de “tipo ideal”, ele cheio já dá. Tudo sempre vale a pena e a minha alma não é pequena, né não Pessoa?
Nesse meu tempo de desconstrução, eu quero é preservar(!) a minha alma afeita a mudanças, ao contraponto e a mania de criticar. Todavia a rota do conhecimento, o único caminho que legitima o duvidar, é o mesmo que ao longo dos anos faz a gente se tornar o conservadorismo sentado na cadeira do vovô, em frente a janela a contemplar.
Eita vida insana. Têm horas que o relativismo me dá náuseas e eu clamo pela simplicidade do Carpe diem no ar. Meu Deus! Existe apenas uma única estrada e somente uma, e essa é a da verdade da minha alma. A estrada que eu amo, que eu construo, que eu escolho e me sei guiar. Quando trilho nessa estrada as esperanças brotam, o sorriso cobre o meu rosto e a calma me toma devagar. Dessa estrada nunca, jamais fugirei. Sou fiel e leal a mim, e Bauman que nem se atreva a me questionar. Sou insensata mesmo, me lanço inteira e aposto todas as fichas novamente se precisar. Sou outsider do mercado e a economia moral, com sua balança comercial, que se *&¨$ para lá! Vou dar abraços apertados, vou assumir compromissos, vou me deixar apanhar. E mesmo que os bem sucedidos, os especialistas, da modernidade “tolhida”, apontem-me como “Fracassado”, “Idiota”, eu não vou fugir, não vou desistir, vou continuar a gritar: Eu te amo!Eu te amo! De verdade, pra sempre, enquanto durar. Porque não adianta distorcer a verdade, não adianta querer camuflar, o destino dela é tomar as estrelas e se deixar mostrar.
É isso aí, meus pensamentos estão desajustados, minhas escolhas são confusas, e eu tenho uma tendência ao fracasso, sabe por que? Porque perverto a moral dominante e ouso criticar. Pois que seja. Caminhos pré-determinados, a muito seguidos – sinônimo de segurança, não me estimulam. Prefiro o risco, prefiro criar. Probabilidades, alternativas, escolhas, quedas, sofrimentos, perdas, equilíbrio. Reich que me perdoe o abandono ao equilíbrio. O equilíbrio é pouco. Eu quero tudo, quero conhecer a maior das dores, para poder reconhecer a maior das felicidades quando eu estiver lá. Sem sacanagem, e isso é só porque eu sou peculiar.

Obs.: Eu disse eu? Na verdade quis dizer você, quis dizer nós, quis dizer todos. Ou ainda... a geral é peculiar!

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Posted by Eve Rojas on 8:16 AM
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Essa é antiga... "Nada de mim, Nada pra mim..."

Posted by Eve Rojas on 7:58 AM
A solidão dos dias se reflete na minha apatia. O estancamento dos prazeres, a pulsão incontrolável dos desejos. Já não sei o que de mim resta. Se é que sou mim, se é que sou eu. Se outrora gastei minhas horas em devaneios e alusões sobre a teoria da vida, hoje as perco no vácuo do abismo da realidade de não saber quem sou. O errado e o certo não dizem a mim mais nada. A verdade dos meus pais vagueia no passado de mim que é parte deles, tão somente. Meu presente não tem verdade, ou mentira; mas o plural das duas, várias faces que se interpelam em uma. E o amor? Ah! Este quero por na ilusão inatingível, nos momentos de loucura tão caros. Primeiro, deixei que este me inventasse e sem saber o destruí, depois o inventei e destruí a mim, agora sou a invenção do que um dia inventei, desastre ou redenção, não sei se quero descobrir. O amor é o triunfo da imaginação sobre a inteligência. É assim que eu te amo, sem entender nada, mas imaginando tudo. Minto, repito o clichê das sete. Agora entendo a loucura, o cenário, o acaso, a solidão; e mais, as marcas de um tempo que anunciaram o futuro, que hoje é outrora; um tempo jaz vivido ao teu lado. Aonde ir? Os trilhos foram suspensos, não há mais trens e o amanhã está longe demais para quem é prisioneiro do sereno. O que ser? Se no palco de Brecht sou expectador. Do meu personagem não sei o eu, atuo como repetição, como o eco da mediocridade escondida entre o silêncio da farsa e a farsa dos aplausos. Não fizemos juras, assumimos desejos, desperdiçamos planos, não sonhamos. Fomos embora, com feridas, com despedidas, com a verdade desbotada pela chuva. E se lembrar dos beijos de outrora, do cheiro, do toque, da pele; e se voltar o desejo, lembre-se do erro do tempo, do tempo trocado de nós que não nos permitiu saber amar. Foi uma bela história inventada. O engano das promessas feitas aos pecadores e não aos santos. Mentiras. Perdi a rota, fui parar nos charcos, afoguei o medo. Sedenta, busquei por lealdade no vão da infidelidade. Teu olhar foi embora sem nunca ter visto os meus olhos. Não olhastes para trás, nem devias. Eu nunca quis portas abertas, não quero ser porto ou cais, eu quero é ver, quero ser, o mar. Dizem que onde há sofrimento há terreno sagrado. Sagrado eu não sei, escuro talvez. As sombras indicam a possível existência de luz. Luz que auxilia no germinar da semente. O terreno é fértil, toda planta brota, toda árvore é sacudida e as flores perfumam até as mãos que as esmagam. Da minha alma tivesse o sangue. O espinho que me feriu advém da flor que plantei. Cada lágrima ensina uma verdade. Uma verdade que não tem hora. Um agora, um nunca, que não traz respostas, só duvidas. Não importa o que o passado fez de mim. Importa é o que farei com o que o passado fez de mim. E eu quero viver, e não apenas existir. Eu quero errar, quero acertar, quero encarar o absurdo, quero desconstruir a perfeição. Quero me dar à vida que me deu. Dei-me a ti, te amei. Porque amar é compartilhar, é saber dar-se, é entregar-se mutuamente. Amei teus defeitos, perdoei os mais diversos erros, porque amar também é exceder-se. Minha perdição foi dizer-te um dia do meu amor por ti, pois o “eu te amo”, carrega em si a eternidade. Renasço em mim e morro no despudor da vaidade.

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Posted by Eve Rojas on 3:24 PM
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Meu caso com o Ipê e a Dona Norma

Posted by Eve Rojas on 1:42 PM
Eu sempre quis plantar uma árvore, mas era tão clichê, era tão estereotipo machista fabricado pela mídia moderna que eu definitivamente abandonei a idéia. Mas como o tempo passa, a roda gira, a gente graças a Deus muda e o tempo nos faz ser mais tolerantes; eu acabei por plantar uma. Plantei um Ipê! Amarelo! Acredita? Eu e essa minha mania de amar o controverso. Já prestou atenção nos Ipês? Pois é, são controversos! São os únicos que florescem, que dão amor, exatamente quando o inverno chega, para indignação daqueles que associam amor ao clima ameno da primavera.

Ipês são únicos, intensos. Em respeito às flores, se despem de todas as folhas antes de florescer. E numa exaltação triunfante e despudorada do amor, fazem surgir no topo, em reverência aos céus, sua copa florida, mágica e ardente.

O meu amor pelo controverso não fugiria, mais uma vez a regra, posto que toda escolha tem um preço, e não seria eu a sair sem ônus. Até porque Dona Norma à sombra do seu marido Padrão não seria tão tolerante assim comigo, sua filha pródiga às avessas. Para o desespero do meu coração solitário rapidamente as flores amarelas dos Ipês se vão uma a uma, coroar o chão; lindas e agonizantes, depois de terem exercido serenamente a sua vocação de amor.

Disso eu já sabia, a perenidade já me havia sido anunciada, todavia D.Norma me fez pagar em dobro, com juros compostos e correção monetária tipo caixa! Tive que pagar o “desvio” – que sempre fiz questão de referendar. Se o florescer dos Ipês amarelos era em agosto, a exceção trouxe-o em março e eu nem ao menos pude estar lá! Que ironia do destino, na minha hora da virada, a árvore veio a renovar!

Santo espetáculo! Deslumbrante! Fiquei eu cá desprovida de pudores, de máscaras, de defesas, com os pés no chão, através das lentes, a contemplar! Intenso, ardente, forte, corajoso, sublime, simplesmente sublime! Como desejei estar lá!

Depois disso acho q eu queria mesmo era ser como um Ipê amarelo: que aguarda pacientemente, renuncia as folhas, se torna puro, se entrega inteiro, se lança à aventura de florescer e sem pedir nada em troca permite a glória das flores e as deixa ir. Deixa ir a melhor parte de si e recomeça feliz mais uma jornada fadada ao mesmo fim.

Meu Ipê floresceu fora do tempo. Talvez tenha sido o solo, talvez o clima, talvez o mal cultivo, quem sabe o acaso ou mera implicância da fatigante D.Norma e seu marido Padrão! Pouco importa. O erro não foi do Ipê, foi meu, que não fui a Vegas, mas apostei todas as minhas fichas em um único número! Ou melhor, árvore! Mas não tem nada a ver com número, com árvore ou com Norma. Só com o Amor. Alguém viu o Amor? Tudo bem o Amor me viu, e mesmo não tendo destreza com as palavras saberá entender. Bom, mas esse mesmo Amor precisa de capital e o fato é que eu me descapitalizei! Portanto está aberto o leilão, porque segundo fontes seguras minhas ações ainda estão em alta – e olhe que não foi a presidência da Enron que disse não! Eu não sou mega-sena mas estou acumuladíssima!Aproveitando, quem dá mais?

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