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ELA.

Posted by Eve Rojas on 4:43 PM
Um encontro passional de poder mágico e delicioso imerso em desafios ao ser, proferidos e trocados face a face, corpo a corpo, suspiro a suspiro, com a força, precisão e delicadeza de um artífice. Bendita seja a tua indolência! Audácia e malícia na medida certa do prazer. Inteligência que dominou minha mente num long shot de embriaguez – e eu ainda a pensar no sentido do racional. Ah, esse teu ar falso de ordinária! Jamais serás um ponto qualquer nas multidões, o teu trivial sofisticado é luz na escuridão dos escravos da ignorância. Obra-prima da lascívia! Na catedral da santa hipocrisia e da divina intolerância o teu canto erótico de verdades derruba as paredes, destrói as estruturas e ensurdece os fieis seguidores de dogmas fabricados. Quero-te! Invade-me como fonte de água límpida, explore a superfície e sacie a vontade. Lança o teu veneno, mata impiedosamente os desavisados amantes da conformidade e da aparência. Adoro a tua indecência! Vem mais uma vez, minha antagonista enigmática, tocar com a tua língua a minha pele e penetrar com teus sentidos a minha alma. Minha coragem é como a da lenha que se entrega ao fogo. Queimo, desintegro, mas me torno parte, em cinzas me uno a estrutura do teu ser na brevidade do coito da cumplicidade. Aqueço. Triunfo na experiência sublime do teu prazer ingênuo em um corpo ensinado. Me arremesso, me entrego, invencível e persistente, na ânsia de despertar cada parte do teu corpo, na viagem guiada pelo teu fôlego até o ápice do gozo. Morte e renascimento sem palavras. A poesia foi declamada, o significado saboreado e a criatividade instigada.
Teu cheiro permanece sob as minhas unhas, sob meus poros que sorveram cada gota de suor do teu prazer sendo capazes de reviver cada toque, de cada parte, do teu corpo. Devassa insana! Tua boca, teus lábios delicados, teu beijo intenso e suavemente picante é fonte de deleite aos amantes escolhidos tão cuidadosamente, ao mesmo tempo em que é fonte de ira aos degustadores insatisfeitos da tua saliva provada em discurso destruidor do vício da mentira. Ainda há aqueles que morrem pela boca. Pobres mentecaptos. Eu só morro por ti inteira, e mesmo assim minha morte é ressurreição, renascimento no teu paraíso perfeitamente mundano enquanto a de outros é afogamento em criações débeis de mundo. Viva a realidade, viva o destino e suas surpresas diárias. Delícia da voluptuosidade! A tua alma me toma em movimentos precisos em ritmo constante, em compassos que aceleram, desaceleram, mas me levam sempre ao ápice da escala, a ver o sol maior. Sorvo-te extaseadamente. Levo em minha boca o gosto do sublime. Abusada! Deusa da libido letrada! Quando tu caminhas homens e mulheres se curvam à imoralidade da sofisticação e harmonia dos teus movimentos. Só os teus escolhidos conseguem te ver diante de tanta luz. Ah, pouca-vergonha! Vives despida, despida! De arrogância, de maldade, de falsidade, de deslealdade. Mas se despe desse básico que te veste todos os dias, por mero acordo feito por ti com o social, para mim. Mais uma vez peça por peça. Bem devagar para eu ter tempo de apreciar e gravar toda a tua natureza. Agora chega mais perto, sente o meu corpo pronto e apreensivo, encantado pelo teu. Me rendo a ti, luxúria! Me excito ante o teu excesso, ao teu combate despudorado diante das injustiças ditas sagradas e castas. Não pára, não pára, páraaaaaaa! Na primeira noite tua sensualidade impiedosa me abraçou, na segunda tua concupiscência amoral me envolveu, na terceira tua paixão indecorosa me amou. O que será de mim cujo coração adormece em amor e flerta às voltas com a libidinagem?

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Verdade Simbólica. Dis - curso natural

Posted by Eve Rojas on 3:11 AM
Imagem do ser ou delírio do sujeito? O próprio do desejo só pode produzir o imprópro do vivenciado, isto quando o enunciado não reconhece a possibilidade de interação entre a terra e a água na estação do fogo.
Lembra do abraço? Ou melhor, dos abraços? "O experimentar da calma amorosa dos teus braços", quem melhor para definí-los do que Duparc? Aqueles momentos nos quais tomada fui pela impressão quase que real de plenitude de encantamento. Tão perto que ainda posso tocar a tua força e a tua delicadeza na sofisticação das linhas do teu rosto. Tão perto que tuas mãos percorriam suavemente as minhas costas e enlaçada lá estava no silêncio embalado pela tua natureza navegante em palavras.
Palavras. Quem diria fossem elas as responsáveis pelo encontro de essências de notas distintas em um ambiente neutro à produzir o harmônico. Ou seria um feito da natureza? Do fato, do ato, do palpável. Da pele veículo das sensações, dos olhos canais da verdade. Quem haverá de saber, se o discurso tenta exprimir o desejo que com a natureza vivenciou? Tão perto e nada mais.

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