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Posted by Eve Rojas on 10:31 PM
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Posted by Eve Rojas on 10:20 PM
"O afeto procede como a água que rebenta uma barreira, a paixão como um rio que cava cada vez mais fundo no seu leito. O afeto age sobre a saúde como um ataque de apoplexia, paixão como uma consumação ou atrofia. O afeto é como um intoxicante que nos faz dormir, ainda que seja seguido, no outro dia, por uma dor de cabeça, mas a paixão deve ser vista como resultado da ingestão de veneno..." (Ant, 7:252)

No chão com o meu mundo às avessas, sei que tu que estais a morrer e eu a dirigir a 200 por hora, querendo me afastar da destruição diária. Mas eu não quero partir, passar por caminhos que me lembram casa, mesmo sabendo que as luzes do Recife não brilham tanto quanto em Frisco. Conhecendo o peso das nossas asas, percebo que nenhuma resistência levará a distância suficiente. Eu voltei e bati na mesma porta por vezes. Chances vêem e vão. Eu vivi por mim. Sou do tipo amargo e doce. Senti que a dor pôde invadir os meus poros, mas preferi amar anjos ao invés de me acostumar ao abismo.

Todavia, Deus não me mande os seus, apenas me deixe encontrar o amor autêntico que liberta do sofrimento e conduz a alma ao banquete divino. Platão que me desculpe mas o desejo é essencial. Gosto das experiências contemplativas, discussivas mas adoro a prática, para mim não há tirania nos sentidos.Quero sentir e fazer sentir. Anjo só se for decaído ou a contemplar o meu destino. Não sou de engavetar os arrepios do sentir. Entre soluços e risos ainda reconheço a liberdade sendo a incógnita da próxima poesia inédita. Recuso caricaturas. Antes, vou rasgar todas as máscaras para admirar a verdadeira face humana e ter a certeza que nenhuma cor do arco-íris vai perceber quando a ilusão embora for. Viver. Consumir-me. Consumir-me no amor. Na necessidade que me devora. Perder-me. Nos outros, com os outros, em mim, para achar – a mim. Interpenetrar. Nas almas e nas inteligências. Viver.

Te vi.

Sabe aqueles encontros que parecem delírio? Sem palavras, sem toque, tão somente olhares. Aqueles segundos eternos de reconhecimento. De fato te encontrei em um deles, embora deva ter te criado em sonho, já que te moldas ao meu desejo. Não te oferto o amor de Grimal, o da "força perpetuamente insatisfeita e inquieta" mas antes o amor de Corintios com doses certas de concupcência. Contudo tu ainda me perguntas: como conhecer o verdadeiro prazer, a que desejos satisfazer e a que desejos evitar? Eu respondo: Quero você. Tu respondes: Poderei eu te ter? Tu vês a verdade na minha face. Evitamos os olhos para negar a ligação do espírito e da carne. Evitamos palavras tentando negar as juras de amor e proteção sob qualquer circunstância. Velhos caprichos da vida. Eu te levarei na minha alma da mesma maneira que tu me levas aonde vais. E tenho certeza que quando houver uma mão estendida haverá outra para segurar. “Dá-me a tua mão”. Adormeço tranqüila por todas as memórias que ainda vamos construir. Olho para os céus e tenho a certeza que seremos abençoadas. Entre tantas múltiplas aparências, eu encontrei a beleza, em sua única forma. E ouvi Emily a me dizer: A beleza não tem causa. É. Quando a perseguimos apaga-se. Quando paramos – permanece.

A solidão é a mesa posta a espera de uma visita. E o Amor? Duas solidões jantando numa mesa posta para dois.



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Posted by Eve Rojas on 7:11 PM
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Realismo fictício

Posted by Eve Rojas on 6:36 AM
E eis que estou eu a resignificar sem resquícios de significado.
Sabino, me conta! Onde está o valor das coisas? No tempo que duram? De certo que não.
Esta na intensidade com que acontecem, certo?
Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

Duas horas da manhã e eu ainda estou acordada. O telefone acabou de tocar. Hesitei. Mas a quem eu estava querendo enganar? É claro que eu atenderia. Foram dias tão intensos que acabaram por destituir a soberania do sujeito pseudofilosofante. Tu poderias me ajudar a resolver o meu mais novo engano? Descobri que o verão não é exatamente a minha estação favorita. No entanto, não negarei que tem a sua beleza, assim como não negarei o quanto eu a desfrutei, o quanto fui feliz e o quanto em dias nublados sinto falta.

Dias e noites quentes. Cores, estilos e luzes que despertam na pele o desejo. Sets múltiplos que não se comunicam mas se oferecem entre si. Ouvidos surdos à procura de vozes histéricas parar fazer os lábios sorrirem. Várias taças que esperam apenas um “sim”. Cigarros de cheiro e sabor, balinhas de todas as formas e cores, eis os brindes para aqueles que não conseguem dormir. Contudo, diga-me: O que realmente desejas? Eu trarei agora para ti. Pare de refletir. Esqueça as questões. Achou? O perverso e o descolado do ambiente. Estilo? Pose. Um campo de experimentação e nada além. Just let yourself go. Deixei. Put your feet up! Coloquei. Pois é, sobrevivi às estações. Longe da insônia te achei e lembrei de Drummond quando ele disse que o "eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundos [...] e nenhuma força consegue destruir." Porque é real, porque é amor. Lembrei de mim. A partir de então o calor começou a queimar, o silêncio passou a ser música e... dormir? Só de conchinha.

Cansei da falta de convenções para a conduta dos falantes. Já me basta ter de aguentar a vida com a sua performance de ironias e sarcasmos. A ficção é feita de compreensão – palavras – e eu só quero contextos mais cotidianamente reais. Quero inventar um universo mas quero poder falar sobre o mundo. Quero a honestidade intelectual mas quero o reconhecimento “existencial” do ser. Não quero olvidar o meu corpo e empenhar o meu intelecto. Escolherei o academicismo e continuarei a falar espontaneamente. Não sei se me rendi à lucidez ou aderi de vez a loucura. Passei pelas portas do medo, do impulso, do lúdico, da culpa, do amor, do perdão, da dor, da maturidade. Alguns me alertaram: não se perca, não se deixe perder. Perdi o meu, achei um novo. Achei o nós e lá se foi o lugar da ausência.

Submersa em instabilidade, ausência de vigor e atenção. Amei os saltos mortais, os arcos incendiados e a domesticação do vento. Até tu me presentear a harmonia, me ensinando a praticar exercícios interiores. Mas entre ela e o mundo ainda reside o possível e o impossível.

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