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Posted by Eve Rojas on 10:20 PM
"O afeto procede como a água que rebenta uma barreira, a paixão como um rio que cava cada vez mais fundo no seu leito. O afeto age sobre a saúde como um ataque de apoplexia, paixão como uma consumação ou atrofia. O afeto é como um intoxicante que nos faz dormir, ainda que seja seguido, no outro dia, por uma dor de cabeça, mas a paixão deve ser vista como resultado da ingestão de veneno..." (Ant, 7:252)

No chão com o meu mundo às avessas, sei que tu que estais a morrer e eu a dirigir a 200 por hora, querendo me afastar da destruição diária. Mas eu não quero partir, passar por caminhos que me lembram casa, mesmo sabendo que as luzes do Recife não brilham tanto quanto em Frisco. Conhecendo o peso das nossas asas, percebo que nenhuma resistência levará a distância suficiente. Eu voltei e bati na mesma porta por vezes. Chances vêem e vão. Eu vivi por mim. Sou do tipo amargo e doce. Senti que a dor pôde invadir os meus poros, mas preferi amar anjos ao invés de me acostumar ao abismo.

Todavia, Deus não me mande os seus, apenas me deixe encontrar o amor autêntico que liberta do sofrimento e conduz a alma ao banquete divino. Platão que me desculpe mas o desejo é essencial. Gosto das experiências contemplativas, discussivas mas adoro a prática, para mim não há tirania nos sentidos.Quero sentir e fazer sentir. Anjo só se for decaído ou a contemplar o meu destino. Não sou de engavetar os arrepios do sentir. Entre soluços e risos ainda reconheço a liberdade sendo a incógnita da próxima poesia inédita. Recuso caricaturas. Antes, vou rasgar todas as máscaras para admirar a verdadeira face humana e ter a certeza que nenhuma cor do arco-íris vai perceber quando a ilusão embora for. Viver. Consumir-me. Consumir-me no amor. Na necessidade que me devora. Perder-me. Nos outros, com os outros, em mim, para achar – a mim. Interpenetrar. Nas almas e nas inteligências. Viver.

Te vi.

Sabe aqueles encontros que parecem delírio? Sem palavras, sem toque, tão somente olhares. Aqueles segundos eternos de reconhecimento. De fato te encontrei em um deles, embora deva ter te criado em sonho, já que te moldas ao meu desejo. Não te oferto o amor de Grimal, o da "força perpetuamente insatisfeita e inquieta" mas antes o amor de Corintios com doses certas de concupcência. Contudo tu ainda me perguntas: como conhecer o verdadeiro prazer, a que desejos satisfazer e a que desejos evitar? Eu respondo: Quero você. Tu respondes: Poderei eu te ter? Tu vês a verdade na minha face. Evitamos os olhos para negar a ligação do espírito e da carne. Evitamos palavras tentando negar as juras de amor e proteção sob qualquer circunstância. Velhos caprichos da vida. Eu te levarei na minha alma da mesma maneira que tu me levas aonde vais. E tenho certeza que quando houver uma mão estendida haverá outra para segurar. “Dá-me a tua mão”. Adormeço tranqüila por todas as memórias que ainda vamos construir. Olho para os céus e tenho a certeza que seremos abençoadas. Entre tantas múltiplas aparências, eu encontrei a beleza, em sua única forma. E ouvi Emily a me dizer: A beleza não tem causa. É. Quando a perseguimos apaga-se. Quando paramos – permanece.

A solidão é a mesa posta a espera de uma visita. E o Amor? Duas solidões jantando numa mesa posta para dois.



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