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Super combinado!

Posted by Eve Rojas on 2:15 PM
Vento de praias largas, deixa os pés no mar. A terra é firme e o sal frescor. Caminha com força e delicadeza, com o sofisticado exclusivo em cada pétala. Sorriso doce em gratidão aos seus, generosidade para aqueles que as lentes comuns não vêem. Longe de ser o mesmo, o diferente não difere tanto assim. Olhos a dirigir o rosto, paredes quase transparentes. Beleza em preto e branco. Gota de orvalho a deliciar-se na madrugada da alegria. Serenidade a repousar em conjunto com a gentileza da certeza. Lugares suavemente perfumados, banquetes suntuosos...Ela se faz conhecer pelo que não se vê. Felicidade sem nenhum toque de estimulante artificial. Se encanta com a noite, o dia, o belo. Combustível do eterno. No centro do seu tempo, sabe do conjunto de suas cores. Reconhece limite e possibilidades. Eu quero, eu posso, eu entendo. Do tu, se extrai experiência. Dos desejos a satisfação, das dificuldades, a consciência. Duplicidade relacional, ser e amar o outro. Para perguntas enormes, respostas pequenas. Na metrópole, ares de interior. Ser ou não ser nunca foi a questão. Família, amigos, namorada. Casamento. Cumplicidade, respeito. “Eus” e Ela. Sonhos de esperança, a vida entre montanhas e subterrâneos e Ela a deslizar sobre os arcos de íris. Mistério dos anjos. Essência da Natureza. Que alvoreça novas ocasiões. O espetáculo continua. Flui o destino, vento do sul e do norte, no encontro liberto das almas encantadas. Equilíbrio entre a outra amiga e sua amada. Meu encontro é breve para tua companhia singular. Conto do enfeite da caixa, estou a puxar o laço. Mas no brilho dos olhos de quem conheço, reinar é pouco para a luz anunciada pelo teu sol num sorriso. No fraterno do meu querer, uma taça erguida com pura água. Um brinde a tua estrela, a constelação das amizades. Então, tá super combinado?

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Entre a luz e a sombra

Posted by Eve Rojas on 11:25 AM in , , , ,
Em uma manhã comum, senti uma brisa refrescante e quente, o céu tinha uma luz inigualável. Logo a natureza envolveu meu corpo num aconchego desconcertante. Quis tirar meus pés do chão, fazer meus pensamentos dançarem. O flutuar é tentador. Voar, sem extra par, sensação aterradora. Caminho como se pequenas asas no meu calcanhar diminuíssem o peso do meu corpo tornando a estrada branda sem tirar a profundidade das marcas. Passeio nos arcos luminosos, navego em águas-de-ângeles. A vontade é de transformar pedra em arte. Grãos de areia se misturam tentando formar o teu nome enquanto a água de sal irrompe. Aquele pedaço de sombra num canto de chão, parece atrair mais do que qualquer raio de sol. Intermitentemente infiel. Desleal, mata por excesso de memória. Te tomo emprestado e outros me emprestam. Leve e breve no emergir e no desaparecimento. Surgimento do que era, o pior ou o melhor do que será? Reflexo da verdade ou do julgamento? Chantagem discreta e patética. Angústia aceita no perdido. Centralização do espaço, do ser, descentralização da narrativa. Fico por te querer. Necessária e desejada, tudo ainda ficção. Ou-ou por e-também. Vícios vistos, virtudes expressas. Guarda o avesso daquilo que não é. Se lança na frente do espelho. Estou no entre-lugar. No corpo breve e no leve do prazer. Nunca se sabe as cores de chegada. Delícia clara de delírio, saboreada em tom de impulsos com gotas de hesitação. Cenográfico tem sentimento? Representação assassinato do real, catarse quase “ab-reação”. Eu sou o múltiplo e o teu único. Novos em credo. Privilégio do presente do dom, receio sem impedir o fluir no apreciar do afeto. Transita da recepção direta da luz para a sombra fresca da árvore frondosa. Nada pede pressa. Solidão em romance. Com uma pluma começo a te desenhar entre as nuvens do nosso imaginário. Na experimentação entre os diferentes, a comunicação é chave. Terra e água em harmonia. Equilíbrio fino em sentimento de beleza. Fonemas, aliterações, rimas, ritmo. Formas em nuvens. Línguas em coexistência ambígua. Tudo, em pouco, muito. Mesmos erros nunca serão perdoados em outro. Não sou ninguém de ir, fico. Fico na certeza de amanhecer dentro das noites inimagináveis. Mas sem angústias de amanhã, quando o mesmo agora alimenta as veias-chamas do viver. Tempo, impulso, pulso no amor. Olha e vê: Em todo plano, arcifínio. No meu corpo tua pele, na minha boca, tua língua. Entre meus lábios o teu gosto, no meu peito tua partida. Descabida sátira de Eros. Teu caráter, minha poética. Dança no compasso, a nossa música toca na cadência do dilatar e contrair do ar a invadir os nossos pulmões. Sintonia em existência. Fábula inconclusa. Falta, paradoxo de presença. Alento estático, sossego em alegria esfuziante. Afeto inaudito a eclodir nos pequenos toques. Entre verdades, opostos, conjugações e prognóstico, eu poderia escrever um poema perfeito. Hoje. Mas quedo inerte, entre a luz e a sombra, te olhando, te olhando, te olhando... Recitando versos de sílabas conhecidas e banais para definir o extraordinário. Minúsculas eternidades. Os céus guardam o mistério e revelam minha contemplação. Bodas celestes para a essência, realidade para o desaparecimento. Besteiras consumidas, decreto a esperança.

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Cheiro

Posted by Eve Rojas on 6:11 AM in , , , ,
Ontem pus meu corpo cansado na cama com a certeza do sono. Escolhi a melhor posição, fechei meus olhos vermelhos e senti o teu cheiro. Cheirei o lençol, abracei o travesseiro, tirei as cobertas. Nada. Senti minhas roupas, meu cabelo, lavei o meu rosto. Nada. O cheiro parecia tomar o quarto, o corredor, a casa. Parei nas lembranças. Perguntei aos mecanismos psíquicos, indaguei a loucura. Sem entender como, me restava buscar o por que. Nada. Em agonia, agora era tua presença. Tua figura incólume, tua pertubação sem essência. Os poucos anos contigo se expandiram em terror e alívio. O fim sempre esteve longe. Horas de análise em um corpo em transe. Inércia motora, vida imaginária. Roteiro escrito com lápis de cera, personagens criados com massa de modelar. Anos de solidão em casa cheia. Mais uma ficção do quarto secreto, do cinza dos livros, das promessas em pó. Na gentileza brutal dos teus braços, meus olhos fechados em cada página. Ativação do sublime pelo caminho dos pensamentos para resgatar matéria em desespero. Pedaços violados, perdidos no afã por serem esquecidos. Folhas de outono para o inverno passado. Partida desejada e comemorada em culpa. Culpa paga à juros altos de uma dívida tua. Perecestes como eu. Pedaço a pedaço destruído aos poucos. Os teus no corpo, os meus na alma. Ansiei pelo teu colo, pedi a tua mão. Pervertestes meu desejo. Vias paraíso e me deixavas o grilhão. Estais a milhas de distância. Nessa publicidade esvaziada, a decomposição das formas de sociabilidade. Intimismo progressivo, equilíbrio conveniente. Infame promiscuidade sagrada. Por muito desativei meu aparelho pulsatório humano. Mas não terminei ainda. Todas as manifestações são fundamentais, todo bem espelho do mal. Problematizo a moral do desejo mas não perco o referencial. Consciência de si sem ansiedade, docilidade sem submissão. Transcendam o conhecimento. Quem mostra limite e finitude ao indivíduo? Eu só queria uma vida simples. Prescrições e procrastinações. Prepare-se que tudo está para vir. O ontem só é morto para quem não vê futuro. Desafios constantes aos modos de existência. Vontade de alteridade e uniformidade. Paradoxos sutis nas demarcações do ser. Corpos almejados, sefs possíveis. Práticas de si no conformismo e egoísmo do seu outro. Meus velhos valores para tua quase moral. Virei perita no processo reflexivo, me tornei censura para retóricas de risco. Fracasso do ato, sobrevivência do fato. Marcas da aversão, máscaras da aparência. Maquiados os sinais, o corpo é saudável. O cuidado é auto. Compensações aos deslocamentos, voltas ao mesmo lugar. Dores universais. Teus tapas doem como meus cortes. Sentimentos ambivalentes para contrários únicos. Fardos são trocados em uma soma sempre de zero. Erguem-se defesas, mas fronteiras são inseguras por definição. Nos usamos em um vício decaído, eu inocente e tu perdido. Abrem-se as portas, da sombra à luz. Partistes para a existência livre, mas ressoas no meu novo ser que não te ouve mais. Causa mortis? Acrasia. Todos donos do próprio destino em contato ou não com a divindade. Achem os supérfluos, os indispensáveis se perderam na curva de normalidade e o distúrbio virou padrão. Atirada ao mundo, me agarro a imaginação. Cansei de me roubar. Não te quero mas me preciso de volta. Queria lembrar com prazer do teu cheiro.


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