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Opinião hesitante

Posted by Eve Rojas on 12:11 PM in , , ,
No por-do-sol, onde o universo parece entrar em uma orbita perigosa entre a contemplação e o ócio, questionei a minha capacidade de duvidar. Crédula, cética, quando, onde, por que, e lá vem os danos da suposta inteligência. Obsessivas, proliferantes, racionais, inquietantes...dúvidas. Aquisições inventadas na impossibilidade do real. Conquistador inebriante esse tal imaginário. Cheio de prestígio romântico, se apossa da minha independência. Artificioso, sacrifica as percepções. Sente sem notar, nota sem perceber, legitima o impulso sem curso. Credulidade egoísta, quase se afoga no seu mar de discursos. Corrói sem piedade o caro do âmago. Nenhum choque é aparente. Fecho a janela para não sentir os estilhaços, largo a mão dela para não ganhar um adversário. Irracional-sentimental, sem seletividade, odeio crer no que me apavora. Exercício infecundo, a dúvida espúria do sonso imaginário. O prematuro viciado quase sempre conhece a morte, o fim do autêntico, do íntegro e fecundo. Nossos sentidos estão longe de alcançar o testemunho. Impossibilidade, possibilidade. Salve os limites do sensível. Registro de fato sem existência, existência sem registro. Tudo cultivado no pouco, no muito, respirar de todo dia. Inferências próprias de uma natureza misteriosa. Humana. Vulgar e esplendorosa. Gosto de acreditar que outrora havia confiança. A ilha nem sempre foi deserta. Vozes articuladas e ouvidos irracionais. O fogo é assim: luz, calor e efeitos colaterais. Proposições fulgurantes realizadas no direito de ser. Experiências. Pólvora e explosão, atração de pedra-imã. Te denuncio e te crio, te levo em mim. Sou mais que as imagens do teu inventado. Sou encontro pelo pensamento, sou sentimento num toque. Vivo também com as inquietações angustiantes, mas convicta do estado irresoluto, amo, me satisfaço com o infinito. Se refresca comigo no oceano do mundo sem se perder de mim na imensidão do obscuro profundo. Abre os braços para revelar o imprevisível, para aceitar o improvável. Adoro a extravagância dos loucos mas por vezes preciso do esforço dos sábios. Serenidade. Na densidade do teu ser repouso e celebro. Como fazer o sol meditar? Força atômica e fatal. Nada há de absoluto. Somos mais do que pensamos ser. Que não nos ameacem os finitos, que o transcendente nos afete. O vórtice é dos múltiplos, do simples combinado. Me sorve a vontade de viver o melhor que puder, sem compactuar com o conformismo. Perturbações espirituais, sensíveis, é o meu estado de paz. Paixões, emoções, desejos do inatingível. Meu corpo luminoso, não tenho Helena, te quero minha. Perfeição do meu incoerente. Por Deus feita acessível a mim. O meu organismo especulativo se encaixa ao teu sistema, brilha como explosões de estrelas advindas do nada de uma nebulosa. Tenho um apetite a me devorar, lições a me mandar dizer: “está escrito lá”, e uma faculdade impulsiva a gritar: “respeita o movimento, há horas onde é preciso apenas se deixar, esperar”. Ambiguidades sintáticas. Como a fuga abandona a ação, sigo no conflito dos encontros. Se eu fosse mais forte...

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