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Por onde andam os loucos?

Posted by Eve Rojas on 11:39 AM
Mestre Winnicott, nos diz: “Quando apenas sãos, somos decididamente pobres.” Alguma crítica? Quem se atreve? De certo, não eu. Mas e quando primariamente as subjetividades acreditam no caminho de imersão em ascese? Ou quando as “personas” privadas são desequilibradas e a vida pública esvaziada? Pobres corpos a tencionar tocar as altas virtudes inventadas. Eu aplaudo o fracasso dos tipos ideais. Nada de coações aos prazeres, muito menos aos próprios da insanidade temporária mundana. Na linha da loucura, a expressão mais translúcida da alma, da mente e suas potências. Encaixo-me perfeitamente nessa chamada desordem moral pronunciada pelos prisioneiros da sanidade. Não pára a chuva, deixa cair, deixa chover! Nem todo sol é seguro, nem tudo que reflete, ilumina, e o mormaço desgasta! Entre o frio e o quente, os dois. Tem preço? Vou levar! Nessa somatização das identidades valoradas e rotuladas em corpos doentes descartáveis, eu me diverto nutrindo o palco dos meus “eus” com balinhas mais baratas. Auto-anulação por um padrão? Nunca! Constância sem debilidade, inconstância sem dieta. Performances, performances, fruição, sentimentos, sensações e originalidade. Verdades. O bastante é o excesso em que eu navego. O excesso são as paredes do esperado que me sufocam. Qual é? Dissimulação é artigo obsoleto. Não lhe imponho a minha intimidade, mas se o meu “eu” incomoda, manda decompor a civilidade da ordem! Egoísta? Narcisista, eu? Ah por favor, presta atenção que aparência de algum modo reflete essência. Os meus, os seus, personagens, podem ser reais ou cínicos, mas todos surgem de uma mesma fonte. Lembra da historinha de Lacan e o espelho. O que enxergas em mim pode ser parte do teu ser e não do meu. Olhar pra si é necessário, só cuidado para não escorregar e cair no poço obscuro do teu imo. Evolue. Da reciprocidade, a transformação. Eu vou além. Dos meus olhos, às lentes, ao telescópio, caminho sem horizonte à procura de uma gota transloucada de amor. Por onde andam os loucos meu Deus! Quem enquadrou a pluralidade na conformidade da adaptação estéril? Como ficou tudo tão comum e blasé? Ok, sem nostalgias ou dependências. Como diria uma querida, “tá super combinado!”, esqueçamos os draminhas e nos voltemos a ação. Mas devo concordar, ainda com ela, as vezes dá uma preguiça de ser... Contudo, nada de dar a mão para a indiferença. Imprevistos, inesperados, novidades, surpresas e braços abertos. A inércia é o último tirano, nada de fraqueza de vontade. Vontade só muita! Afinal, o sujeito e seus desejos são o único espaço restante à utopia e a criação. Das “batatas de sofá”, dos “bon vivants”, aos atléticos e saradões. Deixa ser. Sem limites a normalidade desviante, a normalidade ou ao desviante. Integrar, adaptar, flexionar é lógica de mercado. Eu não sou mercadoria, tu és? Desse ordenamento eu sou o caos. Eu fico com a dupla hermenêutica constante de mim. Vamos deslocar e manter o interesse no outro sem reatividade. Demos lugar as liberdades inventivas longe do cárcere moralista. Quero encontrar os néscios da matriz dominante. Quero beber com os ditos estultos e minimizar o contato com os verdadeiros estúpidos retrógrados, iguais, produtos de massa, amantes da estrutura. Parceiros loucos privilegiados, somos todos responsáveis na eliminação da mediocridade do ser. Onde começa mesmo o muro do hospício?

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