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Que atirem a primeira pedra!

Posted by Eve Rojas on 3:08 PM
Gestos tolos. Atos insanos. Perversão da personalidade. Vexame perante os figurantes cujo nome não me recordo à face. LOUCA! Qual seja. Tudo para arrancar a sombra de um amor sem presente. Realmente louca porque jamais conseguiria manter uma personagem olhando em teus olhos. Estratégia imbecil de uma alma insone exausta da sua própria verdade que rendeu uma cena para aplausos irônicos e impressões de pouco valor, advindo de críticos desatentos. Hilário, realmente hilário. Hilário/insano, mas sem dúvida hilário. Eu perverti momentaneamente a minha personalidade, mas a minha moral continua intacta. Pouco me importa um júri leigo, me importa os personagens da história vivida com suor, com prazer, com lágrimas; na carne, na alma. Estes sabem bem do contexto, do pretexto, do texto, da essência deste ser que vos fala; e se mesmo estes duvidarem passarão também a ser parte do montante da crítica dos – por hora – indesejáveis. Contudo, ser previsível também não é adequado, decepcionar as vezes se faz necessário, ninguém precisa conhecer o meu tamanho exato. Se eu devo desculpas, é a protagonista. Se me envergonho é pelas palavras proferidas das quais não recordo. Amnésia alcoólica. Jamais pensei um dia vir a deixar de ser imune. Mas entendo porque ela me pegou. Analise comigo, depois de desconstruir tantos mecanismos de defesa, depois de derrubar tantas barreiras, depois de tanta terapia Reichiana, depois te tanto stool, como poderia eu além de ter coragem para cometer, assumir e relembrar a situação constrangedora vivida no dia anterior? Só mesmo utilizando-me do mecanismo de defesa, provisório, da amnésia alcoólica para evitar mais sofrimento. Todavia isso não foi uma escolha minha, isso é coisa do meu inconsciente, porque do sofrimento eu estou sendo parceira e não fugitiva.
Mas, abri os olhos, emergi do letargo, primeiro sem ver, depois reconhecendo a ilusão do simulacro, a verdade da culpa e o amor da companhia. Olhe os espelhos e sorria. Eu ainda tenho a mim, ainda me reconheço em mim, ainda tenho um “eu”. O meu. Reintegrado e consciente de si. E ah! O outro que tenha consciência do outro. Contudo, como nos recorda Machado: “sendo a relação entre o eu e o nós ativa e mutável, a sua estabilidade, uma vez abalada, não poria o ser humano à mercê do funesto desvario, campo de atração incontrolável, projetando-o na rota da fuga para o incomensurável?”. Dentro da perspectiva do profundamente humano, eu afirmaria que sim. Contudo, nada que uma dose de personalidade forte e amor-próprio não resolva. E indubitavelmente resolve.
O que eu quero? Apenas a chance de encontrar dias melhores. O que eu tenho? Fé. A certeza de encontrar e construir dias melhores. E está melhorando. Novos horizontes, novas perspectivas, novas surpresas. Gratas surpresas. A vida segue o seu rumo e como diria o popular: “A fila anda”. A dor desanda e até a uva, passa! Vixe que brega. Mas para combater clichê só mesmo mais um clichê. Ah baby, jamais negaria para mim, e acabei não agüentando e não negando para ti também. Ainda amo. Eu lembro do cheiro da tua pele, do brilho do teu olho, de todos os teus movimentos, de cada noite, de cada amanhecer, eu me lembro de tudo. Eu lembro do teu toque, das tuas mãos, do teu sorriso, do jeito que a gente ficava feliz em fazer nada, the way we make love. Tu sabes que ainda lembro. Eu ainda lembro de ti. Se aos olhos dos expectadores isso possa, mais uma vez, parecer forçação de barra; tenho a certeza que nós, protagonistas, sabemos do nosso eterno pacto de liberdade. Mas a minha busca pelo que se foi acabou. E até mesmo os teus chamados não ouvirei mais. Não podemos querer o que já partiu, o que já quebrou como um cristal; em mim, em ti, em nós. A nossa relação deixou de ser um prazer e nesses poucos meses tem se tornado um fardo, de dúvidas, de incertezas, de desconfianças, de cobranças descabidas, de vontades insanas... Este sim deve ser um sintoma patológico. A procura pelo nada, a vontade irremediável de reviver sentimentos de outrora. Todavia quero que saibas que, se havia a vontade de voltar no tempo para reviver, assim como tu; jamais a tive almejando voltar para consertar nada, ao menos no que cabe a mim. Nossa história veio como um furacão, e tem ido como um. Intenso, forte e arrebatador. Que assim seja. E tudo isso só cabe e interessa a nós. Que a alucinação do eterno, que nunca tivemos, desapareça e nos faça ver na dor, a corrupção da realidade. Que nos faça ver no futuro a esperança de dias, de sentimentos, de escolhas verazes. Que Deus nos abençoe e nos permita amar de verdade. Sancta Maria Mater Dei. Ora, pro nobis Pecatoribus. Amém.

Ah! Apenas mais um recado: Lembra-te que o amor é irresponsável, não honra compromissos, é impontual e mal-educado: não pede licença para nos invadir ou abandonar. --- Abraço.

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1 Comments

Anonymous says:

Eva...simplesmente o maximo!...adorei o seu blog..."fazer coro ao discursso pós-moderno ou da líquida modernidade, de implementar ao amor uma moral econômica"...não faz parte deste post, é o texto introdutorio do teu blog, mas ele reflete tudo...muito grata a surpresa que eu tive ao te ler...sou teu fã nível 12..beijoss

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