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Delicada Oleg

Posted by Eve Rojas on 11:11 AM
Lembro do brilho das marés, dos pés molhados e da lua nova. Dos teus olhos de lua cheia a dar cor ao mundo em minha volta. Verde profundo e límpido, castanhos quentes e calmos, negros-esmeraldas, misteriosos e raros. Fixo o meu olhar com encantamento à delicadeza da tua face. Teu gesto é ponte entre a palavra e o amor. Uma sede incontrolável me toma quando estais ao meu lado me guiando até o teu corpo. Cada parte parece carregar em si a doçura do sublime, ternura e poder inomináveis. Minha humanidade não te alcança. Ser gentil de sutil perspicácia. Entrelaço tua matéria a minha, sinto a tua respiração e me envergonho. Sinto-me tão pequena em teus braços. A tua presença é muito, inundo. É pouco, absorvo. Qual seja, contemplo e volto ao posto de observadora inata. Tu és virtude e eu sou vício. Graça a redimir pecado. Beleza em realidade subjetiva. Atravessas os mundos e te encerras em si mesma. Nesse concurso de emoções, o espírito puro age com simplicidade e exatidão. Compreensão sem ambiguidades, atitude espontânea e suave. És. Na tranquilidade do movimento diário. Te encontro e aquieto. Me encontro em um lugar que já não é. Numa atmosfera inebriante, vou no teu curso, acompanho teu movimentos, a música parece tocar em ti sem pausas. Batida leve e persistente, me convidas a percorrer todo o teu corpo em instantes de uma sensualidade sem toque. A iminência estremesse os meus instintos e acalma a minha busca. Tua boca se avizinha a minha e o toque é nada mais do que completude inevitável. Os segundos passam numa eternidade desconcertante. Meus lábios parecem pertencer aos teus, minha língua parece ter morada em tua boca. Num silêncio lento tua pele toma a minha em um reivindicar inocente do que é seu. A cena é involuntária, de um prazer a iniciar-se no inconsciente, a transbordar magia no real. Somos só nós duas e eu já não sei quem sou nessa multidão sem rosto. Sinto o transpirar em todos os poros e o ardor me consome devagar num enaltecer da alma. O momento é tão meu e seu que somos nós. Nós em horas perdidas. Metades idênticas na diferença,de encaixe perfeito. Lisianthus bicolor. Pressinto teu mover, aceito os teus convites, facilito teu jogo, sou escrava e senhora, te mostro os segredos do império, te faço Helena e Iracema. O gozo é tão somente destino sabido do ápice do prazer a celebrar a glória da plenitude. O brilho da estrela me cega e derrama uma lágrima. Disfarço enquanto admiro as tuas costas nuas de excelência feminina. Minha respiração altera, minha circulação agita, meus sentimentos se excitam, uma comoção incontrolável. Fechas os olhos lentamente e me abraças, como se todos os males do mundo não pudessem tocar o espaço ocupado por nós em amor. Com o teu convite mudo durmo com o corpo suado, exausto, colado, calado, seguro, junto ao teu de curvas e sensualidade das callas. Com o espírito em festa, inundado pelo espetáculo sincero do teu sorriso aberto, perdido, no prazer do sonho. Real ou imaginário? Céu de Oleg. Quando fores acordar, chama-me em sonho, te encontro no alvorecer. Na delicadeza das hortênsias, no segredo das orquídeas, no mistério das tulipas, na alegria das flores do campo, na verdade dos lírios, no exótico ds bromélias, no amanhecer dos girassóis.

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