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Round here...

Posted by Eve Rojas on 10:23 PM
“Estou condenado a ser livre”. Sartre. Permita-me meu arquiteto – da filosofia – começar a responde-lo, em gratidão as suas palavras, a partir deste mesmo gigante citado por ti. Gosto dos existencialistas. Da crença em que o homem está por sua consciência sempre além de si mesmo. Instigante pensar que a consciência é um “ser para si”, não é? Embora eu goste mesmo é da dialética hegeliana, do ser-um-com-o-outro”, da tensão entre opostos. Mas sigamos no pensamento de Sartre. Cheguemos às escolhas. Na compreensão de sermos seres de possibilidades. De sermos livres. Tão livres que nenhum limite pode ser dado a nossa liberdade, a não ser, a própria liberdade. Para Sartre, as escolhas que fazemos a respeito de nós mesmos podem nos levar ao encontro ou a perda de “si”. E aí eu me incluo. Começo a escrever em primeira pessoa. Junto com o mestre reconheço a minha responsabilidade diante da criação do meu universo. Todavia reconheço também que o poder que nos é delegado, o “ter a possibilidade de fazer”, traz junto o ter medo de vir a fazer. Uma vez que para além das escolhas, há a liberdade negativa, as conseqüências. Um medo necessário e justo. Em defesa do “eu”. Mas Sartre é cruel. Não nos dá chance alguma de existindo, compreender as causas do ser.

Ademais Sartre utiliza-se da angústia, com influências advindas de Kierkegaard. Eu não entendo nada de Kierkegaard. Em contrapartida entendo de angústia. E a minha vai mais ou menos de encontro a que Sartre fala. Do exagero e do despreparo. O livre arbítrio é tanto que só me resta a consciência da imprevisibilidade do meu próprio comportamento. Ao mesmo tempo, não quero agir de má fé comigo mesma, nem com os demais. Parar em que lugar? Seguir para onde? Não quero e não tenho negado as minhas possibilidades... Eis o(s) dilema(s). Cada escolha uma renúncia. E as escolhas têm sido muitas. Tenho experimentado a loucura e o enfado. O desejo e a indiferença. Transgredido a ordem habitual e respeitado o caráter.

Hum...Permita-me agora esquecer Sartre. Já estamos quase nos labirintos, nas circunferências sem causa, e está começando a me dar “A Náusea”. Vamos às rupturas, as benditas. A estas estamos fadados realmente deste o início da vida, embora, ocorram sempre no arfam de gerar o novo. Entrementes, a plenitude clama pela necessidade e experiência da dor. Não há aquele que possa poupar o sofrimento, nem o que possa restringir a felicidade. Faz-se necessário apenas construir pontes, para não estagnar. Consoante, a figura mais importante, tenta soar como coadjuvante. Está lá o tempo. Com um ritmo próprio enquanto cada um tem o seu próprio ritmo de tempo. Há minutos que não podem jamais ser ultrapassados pela vontade da razão ou pelo apelar da emotividade. A cadência permanece, é única. Seja qual for o tempo, caminha como senhor de si.

Minha compreensão é das entrelinhas. Tente me ler do não-dito vocabular, ao dito através dos símbolos da alma. Lembre-se que à condição humana foi determinada a impossibilidade do conhecimento absoluto. Desígnios d’Ele. E eu os aceito e denuncio. Denuncio, assim como Clarice, a nossa fraqueza. Infâmia das palavras que nos traem. Estou aqui diante das significações sem um fixar de sentido. Procurando sentido na intuição. Fechando portas. Abrindo janelas. Buscando os raios de sol.

Comecei uma reforma grande na estrutura, na forma, na disposição e estilo do meu apart-coração. Redesenhei a planta. Derrubei paredes. Joguei fora as grades. Acrescentei novas passagens de ar. Minha varanda agora vislumbra novas paisagens. Usei outras cores, comprei artigos novos, acrescentei fluxo e praticidade ao ambiente. Estou redecorando o interior. Liberando instintos. Pagando a conta sem olhar. Falta apenas reerguer a fé. E esperar a entrega a domicílio do que encomendei. Só falta ele. O artefato fundamental a receber das mãos divinas: O amor.

Eu nunca leio a “sorte de hj” do orkut, mas deparei-me com ela: O nosso primeiro e último amor é... O amor-próprio. – Olhe, reflita e transforme.

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