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Fluxo dos Fragmentos

Posted by Eve Rojas on 5:36 AM
Tempo. Ritmo lento. Cadencia plena, parcimônia. Ao despertar, a mesma hora. Estou exausta de tamanho enfado. Se, acelero, quebro. Entre a excitação e a inquietude, o tédio. Embora eu esteja a aprender o staccato. Tentado entre um movimento e outro desfrutar da pausa do cansaço. Sem luxo e sem fardo. – Não é não Pedro Salem? – Mas como uma long long neck ainda me chama – não é Mariana? – E eu sou um ser mutante que precisa do fluxo constante, saboreio despudoradamente também das noites nômades. É a luta dos contrários! Será ser assim que se mantêm a harmonia do universo? Penso e sinto como se nada fosse permanente, como se tudo terminasse por ser o oposto do mesmo. Glamour, loucura e prazer das madrugadas que fascinam! Há quem diga que eh purpurina, há quem diga que ela acaba. E acaba mesmo. Mera figurante. Através do entorpecer encontro a vazão da maturidade, do mesmo reconhecer e aceitar de si. Abandono do parecer, do indizível e impensável da fantasia, pelo declarar do instável e do ilógico do ser. Agora sim o herói, o empoderamento. O domínio e defesa dos medos a luz clara da manhã. Reconhecimento das essências imutáveis. Do mundo inteligível. Do chão que não se negocia. À sombra da razão ou sob a luz da fé? Surpresas. Arvore que se alimenta de luz e doa sombra.

Restaurando os pedaços de cotidiano, cheguei ao corpo e deparei-me com o demarcar de um espaço denominado “compartimento de sentimentos”. Pensei então ter a mobilidade de um lego. Juntei mais um pedaço e li “emoções de pacotinho”. Acreditei então ter a praticidade do instantâneo e do “faça você mesmo”. Não obstante observei-me enquanto uma multiplicidade de fragmentos. Intensos. Mas ainda assim fragmentos que precisam de Reich para construir pontes, desmistificar o complexo e encontrar o óbvio.

Depois de mim, cheguei a ti. Conheço todas as cores que eu te dei para que tu pudesses exagerar. Fiz-te Rei. Permaneci a Dama do xadrez. Cuidei, confiei, falei. Fui das letras, o excesso. Tu fostes o propagar da certeza mais incerta. Seguimos a rota da plenitude. Mas sabíamos nós dos desvios na estrada, imperceptíveis aos olhos. Escolhas. Que Deus abençoe estes momentos anônimos e inomináveis nos quais se constrói a verdade. Verdade esta revelada tão somente quando o ultimo tolo riu da própria piada. Não é não Junior? A relação acaba e os pares ainda insistem em caminhar com as mãos dadas. É... Talvez porque o amor trapaceie o Findar e adquira novas formas conspirando com o Expressar e a Eternidade. Em todo caso o jogo continua. As regras não param de mudar nunca. E eu? Vou chamar Cortazar para jogar amarelinha... Ou melhor, como Julio gosta muito de labirintos, em homenagem a São João vou tentar primeiro uma brincadeira mais segura no terreno dos anseios. Irei entender, racionalizar, mensurar, explicar e dar a partida. A minha partida, contrapartida ou despedida. Chame como quiser. Vou soltar o balão. Posto que a posse queima enquanto a liberdade alça o sublime.

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