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Conjugado de incertezas

Posted by Eve Rojas on 10:52 AM in , , , , ,
Mentira ou de mentira? Contexto de ilusões em um texto de incertezas. Segurança de si pela ignorância do outro no meu próprio abalo. Será que a gente sabe o que recebe ou apenas teme pelo que dá? O que se pode exigir quando você se esvai na própria sombra, quando as tuas certezas te derrubam enquanto constróis a tua fortaleza? De que são feitos os alicerces? Afinal, quem nasce primeiro, o amor ou a decepção? Nenhuma resposta para qualquer pergunta, apenas um eco surdo de temor no vazio. Escute o que quiser, ou mesmo puder. Uma idéia, um fato, uma opinião, uma pitada de imaginação e aí você decide se vai ser vôo, queda, ou redenção. Nuvem, chuva ou azul? Tijolo a tijolo, do chão para qualquer lugar onde haja um melhor do que antes. Ontem eu perdi meu fôlego engolindo a poeira do desrespeito, hoje me perguntei de onde vem a auto-imposição. Perdi a trilha mas o caminho continua impresso na carne, cultivado no espírito. Não tenho adeus. Acredito na semente mas ainda não sei se minha terra é boa. Não quero adeus. Diferença do sentido e da aplicação. São tantas projeções e eu me sinto tão alto, tão no alto. Tenho o amanhã. Deslumbrante e assustador. Já posso sentir meu corpo a despencar no vazio frio da solidão enquanto meus olhos se voltam apenas para cima. Insistem em fazer de conta, a acreditar como criança. Afinal, em todo conto há uma lição de esperança. Egoísmo é sempre eu, que é você, se transforma em nós, em caráter de confissão. Na mudança não há simples ou sutil. É conjunção. Energias que trocam, afastam e se flagram. Fundidas em culpa e nostalgia. Quando foi mesmo que aconteceu? A estratégia é desvendar o forjado, encarar os exames de consciência e escutar o silêncio nos conflitos do nunca e do já dito. Entender os ruídos, a voz do comum e do exclusivo, do constrangimento e da consagração. A troca desigual. Desigual sem origem, sem destino hierárquico. Apenas desigual como os vínculos correspondentes, como a vida e o desconhecido. Valores alheios para próprios de si, dependência sem suficiente, independência sem absoluto. Nenhuma relação perfeita, apenas fontes de socorro, água boa para sedes infinitas. Tudo é por enquanto. Purifica todo dia. Se refaz, se renuncia. Se pronuncia em palavras, íntegras, ébrias, descuidadas, afetuosas... Nunca se sabe se um coração mais forte bate ou se parte. A única via diante das chamas da paixão ou do descaso é perdoar. Perdoar os nossos desejos confusos, nossas certezas inabaláveis, nossas necessidades infindáveis, nossos fracassos anunciados, nossos medos de nunca mais. Pouco é ser rico, pobre é ser nobre. A ousadia de ser é sempre mais. Com ou sem real, tudo está interligado. O teu é meu, que sou eu em ti, que és tu em mim, que sou eu e tu uma vez sem nós. Nas contradições e desavenças a precisão destrói a beleza de não haver certeza. Relevante é afirmar e desdizer, provocar e revelar sensações, inquirir-se a si próprio, se refazer no nada. Todo discurso é de ocasião. Impossível prever quando sal é julgado açúcar. Queres sal, doce ou agridoce? Para mim, nada se exclui.

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