0

Desabilitando "o incapaz"

Posted by Eve Rojas on 10:04 PM

Um de muitos drinks hoje e eu sinto a tua falta. Quem dera fosse os drinks e não aquele espaço tomado por ti. Eu falo, sou direta e tu a querer saber qual é a droga. Eu poderia fumar mais um cigarro... Mas não se engane, não é um vício, não ainda. Quem já caiu, levanta, anda, ao menos com a certeza de que não tropeçará na mesma pedra novamente. Não guarda as palavras na tua boca, não escondas entre as entrelinhas. Diz-me o teu nome, manifesta a tua verdade incompleta, compartilha a tua confusão planejada. Onde o silêncio habita em companhia do embaraço, do medo, do indeciso, para com e além disso, eu espero que haja um você. Nenhum sentimento expresso, nenhuma oração clamada é desperdício. A gente se constrói a cada salto dos penhascos. A coragem de saltar pertence a poucos, assim como a de levantar ou admirar a beleza do salto. Aprecie a viagem e seus desafios ao novo, ao invés de permanecer vagando entre os restos de um passado que reaviva os cortes e te estanca. Eu não vou escrever para tu ficares, pois haverá sem dúvida outras a fazê-lo no mesmo instante. E eu preciso de um motivo melhor. Amores possíveis inesperados. Possíveis e não previsíveis. Eu vou, não fico. O anterior se articula tão somente com o que já desapareceu. O meu ciclo é de possibilidades e não de necessidades. E aí se faz a realidade viva numa relação dialética entre parar, prosseguir, conservar, integrar e refletir o presente. Seguir. Mudar. Equilibrar-se. Articular as solidões. Hora de renunciar o amor de ilusões, das construções fantásticas e ideais. Chega de arrumar o quarto para quem não vai voltar ou nunca vai existir. Acorda Alice! Olha lá o enigma claro! A alma simples e o amor maduro. Alice continuará dormindo enquanto eu, semana após semana, dispenso os imperativos e o “may and may not”. Prazeres ao vento onde o meu desejo navega, e controle ao chão onde os meus pés tem porto. É preciso reconhecer a morte inevitável das coisas sem no entanto perder a ternura. Fugir, escapar, mas apenas das limitações impositivas em um presente de mundo que faz a vida fugir de si mesma. Inspirações no vivido, estados perceptivos, encontros com o seu “eu” para ultrapassá-lo e encontrar o inédito das sensações do que se experimenta e sente. A essência não é literária, a criação é alternativa. Para lá do visível, do além e seu exterior, venha ser os olhos que transbordam de visões no meu oceano íntimo e o oásis que refresca o meu deserto particular. Alguém há de chamar de ficção, paisagismo literário mas o nós saberá da expressão do tempo puro e do sentimento exato na sintonia do real. Eu apenas passo por ela. Ela apenas passa por mim. Sempre há, tão somente, duas escolhas claras: Ir ou ficar, entendendo, é claro, a transmutação do universo do significado. A sua era clara e se tornou obscura, a minha era fácil de descobrir e tu perdestes. Haverá tempo? Não sei. Contudo é hora de olhar um para o outro, quem sabe outros, e reinventar a si para um possível “nós” imprevisível. Procuramos um, falta-nos um, viva sem um! Eu vivo comigo. Na minha verdade sem invenção poética, minha criação sem figuras de linguagem. Sem críticas em demasia, sem falsos dilemas, sem acordos semânticos mas com muita intensidade rítmica. Do outro lado do muro, o invisível, o indizível, o inesperado... suspender-se ou pular o muro? Diante das paisagens nunca vistas, tensão e desequilíbrio dão lugar ao revelar de uma nova sintaxe, o estrangeiro é sentido e expresso em nova linguagem, do sensível à carne.

|

0 Comments

>

Copyright © 2009 PASSIONATE? All rights reserved. Theme by Laptop Geek. | Bloggerized by FalconHive. Distribuído por Templates