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Fair lady?

Posted by Eve Rojas on 10:36 AM in , , , ,
De onde vêm o teu sorriso? Infantil, inocente, aberto. Compõe sutilmente teus olhos tristes. Me sinto em casa, me sinto abrigo. O que pesa tanto em teus ombros? Por que em teus movimentos só há defesa?Ataques de uma raiva sem nome, gritos de lágrimas nunca derramadas. Nada satisfaz a tua fome. Solta o freio e descobre abismo como ponte. Ninguém pode escolher o fim, embora trace o caminho. Tua embriaguez é dilacerante. Do melhor e do pior. Um reflexo cega o meu rosto como um punhal perfurando a minha pele lembrando o meu domínio. Um pedaço de carne sem vida diante da luz a muito por ti jogada a zona morta da memória. Olha nos meus olhos, me pede colo e beija outra boca. Nada impróprio na ausência de acordos. Traído é o outro no preenchimento dos delírios imediatos da alvorada. Alucinações amáveis. Tento na mesma medida manter da embriaguez a suavidade amável dos reinos encantados. Fico acordada até não ter mais controle, acordo com a maturidade reclamando sobriedade. Ou será os transtornos da idade? Mágica dos desígnios sem preço. Se do centro se pode ver tudo, por que escolher a margem? As paredes estão a ruir. De repente tua voz ao meu ouvido, como uma brisa leve, como uma carícia inesperada. Na minha expressão um contentamento sem nome, um instante de liberdade. Tocas minha mão como um adolescente desconfiado. Aperto forte, solto aos poucos, sentindo da palma a pontas dos teus dedos. Um cumprimento bobo e um sorriso de lado. Quantas descobertas acontecem durante uma simples olhada no espelho. No seu e no do outro. Mas, contigo, eu prefiro os mágicos! Os rastros de pólen aos rastros indeléveis. Sem crença, sem tempo, sem espaço absoluto. A contemplação do sublime, a experimentação do fantástico. Me aproprio do desvio e acerto no gosto da audácia. Êxito? Cachaça. Não pelo estado ébrio, mas pela morte do silêncio. Eu queria tocar a pele das coisas! Eu queria conhecer a origem do exótico, me misturar com os mitos, enlouquecer a realidade. Eu queria purificar o acerto até ele voltar a ser errado. Quero uma identidade convulsiva, um amor de Eliza, uma paixão de Julieta, um affair com Capitu, uma noite com Deneuve. Isso mostra a inexistência, o capricho da tua estada ausente, o sub-texto das tuas palavras descartáveis. Vai avançar em d4 ou preferir sciliana? Continuarei aqui na mesa, contando meus desatinos a Stella enquanto beijas mais uma boca esperando que eu seja tua próxima dama.

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