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Hora de partir

Posted by Eve Rojas on 7:15 AM
Ousadia tentar, amar mais ou amar nunca. O destino se apresenta ator, proponente do ato, enquanto coadjuvante, eu, cujas falas nutrem a seqüência morna do espetáculo. Vê o excesso refletido no céu, sol e lua cheia flertando despudoradamente em frente aos mortais. Ouve! O vazio se infiltrando como gotas na pia em noite de silêncio. Ensurdecedor! E lá vem, olha lá o medo. Medo do porvir colhido ontem junto com a flor de março do outono passado. Sente o perfume. Perfume. Perfume. Senti. Es-sên-cia! Enfim essência. Ah, flor de lis no sertão! Vem renovar a crença dos miseráveis presos em redomas de conforto e angústia. Angústia, vontade de saber o que significa viver. Vislumbra, bem aqui, no chão, quero sentir a tua chuva. Molhar, arder, chover, te ter e merecer o frio, o calor, o teu colo acolhedor, sem reservas. Essa sou eu. O abismo só existe para quem não sabe que tem asas. Eu já vivi a morte do tempo subjuntivo porque o meu tempo “é”, não “pode ser”. Está pronta para ir, ou vai esperar parar de chover?

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